sábado, 21 de novembro de 2009

Técnicas de Estudo e Memorização:

OS CINCO PASSOS

Abaixo os cinco passos estratégicos para a memorização de textos, que devem
ser cuidadosamente analisados e compreendidos. São eles:

1. Análise Preliminar
2. Leitura Global
3. Leitura Parcial
4. Recitação
5. Repetição (Reforço)

1. Análise Preliminar
Avaliação e questionamento através de uma leitura rápida do título, subtítulos e
sumário, existentes no texto que vai ser estudado. Este passo tem a finalidade de saber se o assunto já é conhecido e de fácil compreensão, se ele necessita de observações mais cuidadosas, do apoio de um dicionário ou de algum outro material relacionado. É só “passar os olhos” e dizer: “é besteira!”, ou então: “é aqui onde a porca torce o rabo!”.

2. Leitura Global
Aqui começa a caminhada!
A leitura de todo o texto (se ele não for muito grande), proporciona uma ampla visão do assunto, deixando o leitor consciente da continuidade de raciocínio existente entre os parágrafos.
Esta leitura não tem como objetivo a memorização das idéias do texto, mas o conhecimento genérico do assunto tratado. Um texto longo deve ser dividido em partes menores, sem, no entanto, prejudicar a continuidade da mensagem. Geralmente, os capítulos longos são divididos e separados por subtítulos, o que facilita a organização das idéias por partes. Portanto, se desejar, leia o capítulo todo, porém dedique a sua atenção às partes, conforme oriento no próximo passo.

3. Leitura Parcial
Este é o passo mais importante, pois é o momento em que você irá fazer o papel de um superdetetive, com a intenção determinada de encontrar as idéias principais (“Y”) do texto, a fim de organizá-las e associá-las com as localizações “X”. Imediatamente após ter feito uma leitura global do texto, leia parágrafo por parágrafo, procurando as idéias principais, sublinhando-as e numerando-as na margem externa da página ou escrevendo-as à parte.
Depois de separar as idéias principais, observe se existe alguma palavra difícil de ser visualizada que possa dificultar a criação de uma imagem mental. Procure conhecer o seu significado, consultando um dicionário ou outro meio didático apropriado. Com o significado em mente, verifique se é capaz de imaginar uma cena que corresponda à idéia. Se, mesmo conhecendo o significado da palavra, não for possível criar a imagem correspondente, então substitua a palavra por um símbolo que a represente e que seja de fácil associação. Por exemplo, se você estiver estudando Química e no texto aparecer a palavra “molibdeno” dificultando a visualização da idéia, então utilize a imagem de uma coisa “mole” para substitui-la, considerando, a partir desse momento, mole como símbolo de molibdeno. Neste caso, você deve ter, pelo menos, uma noção do assunto, assim deverá estar consciente de que mole é molibdeno e molibdeno será sempre
representado pela coisa mole. Bem, esta é a palavra que vem à minha cabeça neste momento, porém você poderia escolher mole como o demo, o que acho um exagero e uma grande falta de respeito e de confiança para com a sua memória. Não precisamos usar símbolos que sejam cópias materializadas das palavras abstratas, pois a memória verdadeira saberá reconhecer os símbolos que tenham sido conscientemente criados para representarem palavras e idéias abstratas, mesmo que neles existam apenas indícios materiais que a elas possam ser ligados. No exemplo acima, mole é o indício lógico de molibdeno. Confie na sua velha memória! Essa “visão parcelada” do assunto, também serve para que o leitor verifique se é possível organizar um quadro sinóptico com as idéias ppincipais destacadas. Essa organização resumida do texto facilitará, e muito, a retenção das informações. A sistemática apresentada neste passo pode parecer lenta, mas a experiência comprovou que é mais eficaz do que a mera leitura repetitiva do texto, com o intuito de “decorá-lo na marra”. (A palavra “decorar” é bastante sugestiva, pois só serve de enfeite). É mais importante aprender a “ver mentalmente” a cena inerente à idéia principal, pois, como já dizia um famoso filósofo do Coité do Nóia, o torrão natal de minha querida mãe, “uma imagem vale mais que mil e duzentas palavras difíceis”.

4. Recitação
Recitar é repetir o assunto estudado, para si mesmo ou para os outros, com as suas próprias palavras. Recitar, aqui, não significa dizer versinhos, como “Os olhos servem para ver, ...”. Portanto, ao estudar cada parágrafo e destacar a idéia principal, desenvolva, a partir da compreensão do que ela representa, à sua maneira e de forma resumida, o assunto estudado. Seja objetivo, claro, evitando palavras difíceis que prejudiquem a concisão do resumo. Lembre-se de que o autor, ao escrever, procura usar uma linguagem com detalhes, com explicações, com a intenção de ser entendido amplamente. No entanto, cabe a você remoer suas palavras ou não.
Pessoalmente, aconselho a economia de palavras, como meio de favorecer as imagens mentais. Uma boa recitação deve partir das imagens visualizadas.
O processo exato da recitação é o seguinte:
a) Veja na tela da mente a cena sugerida pela idéia principal.
b) Pense na idéia principal visualizada, enriquecendo-a com as suas idéias secundárias.
c) Recite (diga) com as suas palavras o que a sua visão mental sugere.
Não é necessário repetir, literalmente, as palavras do texto. Use o seu próprio discernimento e diga a mesma coisa escrita pelo autor, mas de maneira diferente e, se possível, de forma resumida.
Na recitação, o que importa é a obediência ao sentido da mensagem transmitida
pelo autor em cada parágrafo.

5. Repetição (Reforço)
O reforço do que foi memorizado deve ser feito através de algumas repetições devidamente organizadas, usando exclusivamente as imagens mentais associadas com as localizações (conforme veremos no próximo capítulo), recorrendo ao texto apenas se houver dúvidas quanto ao que foi relacionado ou se as imagens não foram devidamente visualizadas.
Não vá fazer como aquela criança que, ao ser perguntado pela professora se podia fazer um determinado exercício, ela respondeu: “Eu podo!”. Então, imediatamente recebeu um castigo da mestra que a obrigou escrever 100 vezes a frase “Eu posso!”. Terminada a aula, o coitado continuou gastando giz no quadro, escrevendo “Eu posso”. Ao concluir, voltou-se para a professora e disse:
“Eu já terminei, agora eu já ‘podo’ ir?”

Neste exemplo hipotético, o aprendizado não existiu, apesar do aluno ter repetido a frase correta 100 vezes. Por que ele não aprendeu a lição?
Também conta-se a história do cidadão que chegou num certo recinto cantando:
“Cajueiro, cajueiro, onde anda o meu amor?
Cajueiro, cajueiro, me responda, por favor!”
Os amigos, que já estavam cansados de ouvi-lo cantar a música com letra errada, prometeram que lhe daria uma boa quantia em dinheiro se ele aprendesse a música corretamente. Ávido para ganhar aquelas “notas”, ele aceitou imediatamente. Os amigos fizeram com que ele ouvisse 100 vezes a faixa do disco, com a música:
“Juazeiro, juazeiro, onde anda o meu amor?” ...
Depois, ele disse: “Pronto, já sei!”. Pegou o dinheiro e saiu cantando:
“Mamoeiro, mamoeiro, ...”
Estou evidenciando estas balelas apenas para deixar claro que a repetição não deve ser feita de maneira papagaiada, sem uma metodologia cientificamente comprovada.
Por esta razão, recomendo que você reforce o que estudou da seguinte forma:
a) Usando as imagens mentais, repita o assunto imediatamente após a memorização.
b) À noite, antes de dormir, e pela manhã do dia seguinte, ao acordar, faça novas repetições e reforce alguns pontos que possam estar fugindo das associações.
c) Estas repetições devem ser feitas mentalmente. No caso de dúvida, recorra ao texto e faça o reforço da imagem mental da associação.
d) Regule as repetições, a partir da manhã do dia seguinte, conforme as suas necessidades. Por exemplo: 1 dia depois. Mais cinco dias depois.
Deste ponto, uma semana depois. Três semanas depois. Um mês. Cinco meses. Um ano. Vinte anos. Cinqüenta anos. Cento e vinte anos. Etc.

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